O dia que o médico me mandou comer glúten
18:46
Essa semana eu fiquei sem chão. Novamente, assim como na
primeira consulta, o novo gastro que eu escolhi para me acompanhar nessa
jornada (inclusive recomendado por outros celíacos da minha cidade) afirmou que
meu primeiro diagnóstico, feito lá em 2012 foi impreciso e insuficiente. A
biópsia não foi feita corretamente e apesar de apresentar linfócitos, não
apresentava atrofia de vilosidades. E o único sorológico que eu fiz deu negativo. (Na época eu não tinha conhecimento dos exames para detectar doença celíaca, então confiei no médico.
Para mim, o meu diagnóstico estava correto. Eu aceitei a doença, eu me comprometi em seguir a dieta, eu aprendi a ser feliz sem o glúten. Eu descobri todo um novo mundo. Eu direcionei minha carreira com base nessas novas descobertas. Conheci pessoas incríveis e reconheci quem realmente se importava comigo. Não foi apenas uma mudança na alimentação, foi uma mudança de rotina, de vida. Só que essa semana o médico pediu a reintrodução do glúten. Neste momento eu senti que todo meu esforço durante esses três anos de dieta foram em vão. Meu diagnóstico de intolerância à lactose está correto, e a bendita segue comigo. Aliás, muitos celíacos relataram que após a retirada do glúten voltaram a tolerar lactose, ou seja, após o intestino se recuperar ele voltou a produzir a enzima. Eu nunca voltei, mesmo meu intestino estando 100% agora. Mas não me preocupei com isso, afinal, a maioria dos celíacos que eu conheço possuem intolerância à lactose também. A endoscopia que fiz esse ano foi a coisa mais linda de se ver. Amostras corretas enviadas para biópsia. Análise correta das vilosidades. Intestino perfeito. Ou seja, se eu fosse celíaca, estaria fazendo a dieta 100% corretamente.
Para mim, o meu diagnóstico estava correto. Eu aceitei a doença, eu me comprometi em seguir a dieta, eu aprendi a ser feliz sem o glúten. Eu descobri todo um novo mundo. Eu direcionei minha carreira com base nessas novas descobertas. Conheci pessoas incríveis e reconheci quem realmente se importava comigo. Não foi apenas uma mudança na alimentação, foi uma mudança de rotina, de vida. Só que essa semana o médico pediu a reintrodução do glúten. Neste momento eu senti que todo meu esforço durante esses três anos de dieta foram em vão. Meu diagnóstico de intolerância à lactose está correto, e a bendita segue comigo. Aliás, muitos celíacos relataram que após a retirada do glúten voltaram a tolerar lactose, ou seja, após o intestino se recuperar ele voltou a produzir a enzima. Eu nunca voltei, mesmo meu intestino estando 100% agora. Mas não me preocupei com isso, afinal, a maioria dos celíacos que eu conheço possuem intolerância à lactose também. A endoscopia que fiz esse ano foi a coisa mais linda de se ver. Amostras corretas enviadas para biópsia. Análise correta das vilosidades. Intestino perfeito. Ou seja, se eu fosse celíaca, estaria fazendo a dieta 100% corretamente.
Ele falar sobre reintrodução me pegou de surpresa, foi um
choque. Ainda mais depois de toda a melhora que eu relatei após a retirada do glúten. Na época do meu diagnóstico eu estava com um quadro depressivo,
começando tratamento para minha ansiedade, e isso pode ter interferido no
diagnóstico. Eu passei a semana inteira ansiosa pensando no que fazer. Tendo
pesadelo com glúten (que aliás, era coisa frequente no início da dieta). E como
eu mesma sempre enfatizei aqui, a doença celíaca é TÃO, mas TÃO séria que é
preciso ter CERTEZA absoluta do diagnóstico antes de começar qualquer dieta,
para poder tratá-la corretamente. Eu decidi começar aos poucos. Eu nunca
entendi como alguns os celíacos conseguem “escapar” da dieta, comer um
pedacinho de algo... Pra mim nunca houve opção. Não posso e pronto. No primeiro
dia que tentei, só a ideia de colocar um pão com glúten na boca me deu ânsia.
Parece frescura, né? Só que não. Na minha cabeça, o glúten é um veneno pro meu
corpo. Pelo menos foi assim nos últimos três anos. Cuidar farelos, cuidar
utensílios, cuidar contaminação... E agora ter de COMER isso que eu considerava
“sujo”, “contaminado”. Comecei a reintrodução e como não estou tendo
desconforto, decidi levá-la adiante, durante os 6 meses que o médico pediu. Não
trouxe glúten pra dentro de casa, decidi comer uma porção pequena por dia e
sempre fora de casa. Não vou jogar no lixo todo o trabalho que eu tive com meus
pais até que eles entendessem a gravidade da doença e a importância dos
cuidados dentro de casa. Também não quero que eles se acostumem com a ideia de
eu poder comer glúten, parem de ter cuidados... Porque imagina se daqui a seis
meses meus exames derem positivo para doença celíaca ou mesmo sensibilidade ao glúten não celíaca, todo o trabalho que terei
para reeducá-los novamente...
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